Friday, May 8, 2009

Trabalho do Maraja, Moda nas varias décadas


Decada 10

Na década de 1910, Paris é invadida pela nobreza russa que fugia da revolução trazendo seu estilo de vida e opulência para uma cidade sempre ávida de novidades.
O luxo oriental seria um presente exótico trazido juntamente com "Les Ballets Russes" que causavam febre sob a égide de Diaghilev. A moda, essa Deusa oportunista, não se fez de rogada, e elegeu Paul Poiret como profeta desses tempos estranhos. As mulheres seriam proas de navios ou não seriam nada... Para criar suas Sultanas e Maranis era preciso abolir um entrave. E o espartilho morreu. Mas, se por um lado esse esteta visionário libertava a mulher de seu algoz secular, por outro, prendia-a em tantas outras armadilhas que fariam as delícias dos cronistas de uma sociedade que se comprazia nos excessos. A bainha das saias, que subiu, ficou tão estreita que dar um passo era o novo desafio. A cintura também subiu e demoraria alguns anos a voltar ao lugar onde sempre estivera. A moda nunca foi conhecida pelo bom senso. E nessa sociedade de escândalos e sobejos, ninguém retratou tão bem a sua imagem quanto o ilustrador Erté. Mas tanto luxo consumiu a si mesmo e essa década tão pródiga em beleza teve vida breve, pois uma mulher se aproximava trazendo consigo os novos tempos. Nada mais seria como antes.

Década de 20
Com a riqueza dos produtores de café, seus filhos puderam estudar na Europa, entrando em contato com as correntes modernistas em pleno fervor intelectual e artístico. Esses jovens foram influenciados a questionar a arte e os valores da época, apregoando um primeiro movimento nacionalista no país, que valorizava a cultura autóctone e refletia sobre o que seria uma identidade brasileira. O ápice desse movimento resultou na Semana de Arte Moderna realizada no ano de 1922, data em que o país comemorava o Centenário da Independência. Em 1928, o escritor modernista Oswald de Andrade publicou o Manifesto Antropofágico, inspirado no quadro Abaporu (antropófago em indígena) da pintora Tarsila do Amaral , também modernista. Oswald apregoava no manifesto que era preciso devorar a estética européia e transformá-la numa arte brasileira. (Proença, 2001) Apesar dos movimentos culturais em busca das raízes brasileiras, a moda segue o que dita a França, a despeito do clima e das diferenças de estação. Como exemplo temos a própria Tarcila do Amaral que casa usando um vestido do estilista francês Paul Poiret

Década de 30

Após uma década de euforia, a alegria dos “anos loucos” chegou ao fim com a crise de 1929. A queda da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma crise econômica mundial sem precedentes. Em geral, os períodos de crises não são caracterizados por ousadias na forma de se vestir. Diferentemente dos anos 20, que havia destruído as formas femininas, os 30 redescobriram as formas do corpo da mulher através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias. (CLAUDIA GARCIA) Nessa década, no Brasil continuam as revistas de moda feminina, vindas da França. Um fato importante na moda é o surgimento da abertura para os primeiros trabalhos de adaptação feitos por brasileiros (Durand). Há uma certa preocupação em adaptar as roupas ao clima. No Rio de Janeiro, a Casa Canadá oferecia o que havia de melhor para elite nacional. Quase tudo importado. Paralelamente, surgiu em São Paulo o trabalho de Rosa de Libman, com sua loja Madame Rosita estabelecida no centro da cidade , na Rua Barão de Itapetininga. ( João Braga, 2003). Madame Rosita sempre foi a primeira a lançar toda e qualquer novidade que surgia na Europa nos importantes e badalados desfiles de moda que apresentava no Brasil.

Década de 40

Apogeu de Hollywood e Carmem Miranda, como um dos marcos desse período. Com ela surgiu a primeira fantasia genuinamente brasileira, criada por Alceu Pena: a baiana.(Gontijo). Carmem Miranda fez sucesso no Brasil e nos Estados Unidos, divulgando a cultura latino-americana. Foi a primeira brasileira a lançar modas, inclusive nos EUA – o “Miranda look” que foi adaptado e usado nas ruas. Ainda hoje muitos estilistas buscam nela inspiração.

Em 40/45, acontece a Segunda Guerra Mundial, que bloqueou as importações de bens de consumo, consolidando a indústria têxtil e de confecções no Brasil. Durante a guerra só se importou de 10 a 20% dos tecidos consumidos no país.

Nesse período foi inaugurada uma era de intervencionismo, através da adoção de uma política de restrição às importações. Vitória da indústria nacional. Lojas como o Mappin (primeira loja de departamentos de São Paulo inicialmente direcionada para a elite), baseadas nas importações viram-se obrigadas a se adaptar aos novos rumos:

”Podia-se sentir, na referência ao rigor com que a loja selecionava os produtos nacionais, alguma desconfiança, ainda, com relação à qualidade dos artigos produzidos no Brasil”.( Alvim, 1985, p. 131)., sobretudo por parte da elite acostumada a desvalorizar o produto interno em prol dos importados.”

Quanto à moda, é nesta década que começa a existir moda brasileira. Ou pelo menos, uma adaptação mais conscienciosa do que era ditado por Paris. Casas de luxo, como a Casa Canadá (que ocupou o lugar de maior destaque na moda brasileira naquele período), devido à dificuldade de importação imposta nessa época, começa a produzir modelos e tecidos exclusivos para a elite econômica, totalmente copiados dos modelos europeus. De acordo com Durand:

“Embora não se propusesse a fundar a alta costura nacional, a Casa Canadá realizou um trabalho de importação de moda mais elaborado e pioneiro. Ele envolvia organização de desfiles, um ateliê de costura fina encarregado das coleções e desfiles, das encomendas exclusivas de um pequeno estoque para os pedidos do prêt-à-porter. Compreendia também um esforço de divulgação, envolvendo um serviço de imprensa e apresentações nos Estados mais importantes.”(Durand, 1988 p. 72)


Década de 50

O desenvolvimento da indústria brasileira neste período é bem descrito por Zuleika Alvim ao falar do Mappin: “O Mappin se inseria de forma nítida nesse esforço de afirmação da indústria nacional, algo que assume características ainda mais eloqüentes por assinalar uma ruptura com relação ao que a loja representava no passado (…) em suas primeiras décadas de existência, a loja oferecia basicamente, artigos importados. (…) O consumidor da década de 50, na verdade, ainda detinha um arraigado preconceito contra a indústria nacional. Não foi tarefa simples convencê-lo de que poderia extrair os mesmos rendimentos dos produtos fabricados no Brasil.” ( Alvim, 1985, p. 152) Na moda, o marco da década de 50 foi o aparecimento de butiques e costureiros, sendo estes os fundadores de uma costura “de autor”, não colada nos lançamentos europeus. Gil Brandão aparece como o modelista mais famoso. Verificamos este fenômeno principalmente em Dener Pamplona de Abreu, que inicia sua carreira no Rio de Janeiro e depois muda-se para São Paulo. Ele foi estilista da primeira-dama Maria Tereza Goulart, esposa do então presidente Jango. Maria Tereza, para os brasileiros, concorria com Jacqueline Kennedy em beleza e elegância. Dener foi o primeiro costureiro a questionar sobre moda brasileira e freqüentemente gabava-se de ser ele o criador da moda nacional.

Década de 60

A década de 60 começa em crise econômica, gerada pelo desenvolvimento rápido, sustentado através de grandes emissões de dinheiro e de empréstimos externos, o que desencadeou um processo inflacionário que levaria, somados a outros fatores, ao Golpe Militar de 1964.
Fazem parte do panorama desta década o acelerado desenvolvimento tecnológico, sobretudo nos meios de comunicação. Mundialmente, segundo Gontijo, percebe-se uma internacionalização dos processos culturais e dos movimentos sociais, havendo uma busca por desarmamento, desenvolvimento e descolonização. Para o pesquisador Carlos Dória, o futebol, a música e a moda fariam o espetáculo desta década. No final da década acontece, na música, o movimento tropicalista, inspirado na Antropofagia dos anos 20, onde o conceito de devorar a cultura estrangeira se associa com a absorção das novas tecnologias.

Década de 70

O Milagre Brasileiro desencadeia uma atividade econômica acelerada e um mercado de consumo excitado que foram fundamentais, segundo Edgard Luiz de Barros, para a efervescência das representações da moda no Brasil dos anos 70.

No início desse período, vemos o ufanismo alimentado pela vitória na Copa do Mundo, o “Brasil ame-o ou deixe-o”, o consumismo e a euforia que não demoraram a entrar em choque com a censura e perseguições políticas.

Nesta década, a Rede Globo se consolida. Quarenta por cento das casas já tinha televisão fazendo com que o Brasil se tornasse um dos mais dinâmicos mercados de TV do terceiro mundo, de acordo com dados citados por Edgard Luiz de Barros.

Década de 80

O cenário nacional é de crise econômica e inflação alta.

A proliferação das escolas de moda no Brasil foi o fato mais importante para a moda. A primeira delas foi inaugurada em 85. Atualmente o Brasil é o país com maior número de escolas de moda no mundo. Tal proliferação contribui não apenas para a profissionalização do setor como também para a consolidação da identidade brasileira expressa na moda.

Para Joffily outro marco foi a popularização das lojas de departamentos: o rápido e súbito declínio do “milagre” privou as confecções do seu público mais amplo. Nesse momento surgem as lojas de departamento, com uma produção de peças em escala mega industrial, oferecendo ao público opções mais baratas e sem abandonar a noção de estilo que conquistara a classe média no período anterior.

Os anos 80, trouxeram à moda nacional o ressurgimento da indústria têxtil em grandes promoções e desfiles , bem como a formação de vários grupos regionais de moda, como paulista, o carioca, o mineiro e o cearense. As grifes nacionais estavam em voga e o jeans continuou sendo o filão da moda, principalmente em marcas como Ellus, Zoomp e Fórum. De Fortaleza, apesar de paraense, apareceu o nome de Lino Villaventura, que, por meio de sua fidelidade ao seu universo subjetivo, tornou-se referência nacional. Ainda nos anos 80, jovens estilistas paulistas criaram a cooperativa da moda, transformando-se num verdadeiro laboratório do exercício do estilo, destacando nomes como Conrado Segretto, Jum Nakao e Walter Rodrigues. (Braga, 2003).

Década de 90

Abertura do mercado para os importados e crise econômica ocasionada pelo Plano Collor, este é o panorama do início dos anos 90, quando o produto brasileiro sofria severa concorrência.

No mercado de luxo, lojas como a pioneira Daslu, aproveitaram a abertura do mercado, para trazer grifes internacionais para São Paulo.

A popularização das grandes marcas que de acordo com Joffily, apresentou uma curiosa mutação – grandes estilistas criando coleções exclusivas para uma determinada cadeia de lojas de departamentos. Já não são mais produções anônimas, mas com as etiquetas, até então mais caras, tornadas acessíveis para uma grande parcela da classe média, devido à escala de produção dessas lojas. É o sistema de licensing incorporado à nova maneira do vestir (estilo) à realidade do mercado consumidor.

Em 1994, com a estabilização da economia o país volta a crescer, o que imediatamente se reflete na moda através de mega-desfiles – apresentações grandiosas e mirabolantes para mobilizar a mídia e gente famosa.

O estilista Lino Villaventura destacou-se como o mais brasileiro dos criadores. Assim como Walter Rodrigues. O estilista Ocimar Versolato, 1995 explode em Paris no prêt-à-pNo mercado de luxo, lojas como a pioneira Daslu, aproveitaram a abertura do mercado, para trazer grifes internacionais para São Paulo.

A popularização das grandes marcas que de acordo com Joffily, apresentou uma curiosa mutação – grandes estilistas criando coleções exclusivas para uma determinada cadeia de lojas de departamentos. Já não são mais produções anônimas, mas com as etiquetas, até então mais caras, tornadas acessíveis para uma grande parcela da classe média, devido à escala de produção dessas lojas. É o sistema de licensing incorporado à nova maneira do vestir (estilo) à realidade do mercado consumidor.

Em 1994, com a estabilização da economia o país volta a crescer, o que imediatamente se reflete na moda através de mega-desfiles – apresentações grandiosas e mirabolantes para mobilizar a mídia e gente famosa.

O estilista Lino Villaventura destacou-se como o mais brasileiro dos criadores. Assim como Walter Rodrigues. O estilista Ocimar Versolato, 1995 explode em Paris no prêt-à-porter.

Em 94 , a marca Fórum volta-se para referencias da cultura popular – era a primeira vez que uma grande marca de difusão assumia valores brasileiros, levando a uma discussão a respeito da necessidade de uma identidade brasileira na produção do país.

Modelos brasileiras passaram a chamar a atenção no panorama internacional – culminando em Gisele Bündchen – a mais famosa delas. A beleza da mulher brasileira chamou atenção do mundo.

fonte

2 comments:

  1. Oi, o blog ficou muito bom. Parabéns!
    O painel, vocês optaram por colocar as imagens separadas?

    Procurem colocar a bibliografia das fontes de onde tiraram as informações e as imagens. Atentem-se para alguns probleminhas na hora da digitação, como acentos e espaçamentos.

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